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Arquitetos: Miguel Amado Arquitectos
- Área: 97 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Sofia Dourado
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Fabricantes: BRUMA, Efapel, Ikea, Light & Store, SANTANA, Sanindusa, Sanitana
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto incide num apartamento situado no Barreiro, que pertenceu ao pioneiro da fotografia e cinematográfica portuguesa, Augusto Cabrita, que enquanto era vivo costumava dizer que a “simplicidade era o auge da inteligência”.
O apartamento situa-se no quarto andar com uma vista sobre o Barreiro Antigo e Lisboa, tendo um vista desafogada. Após a primeira visita ao apartamento, apercebemo-nos do comportamento da luz, da sua imponência no espaço, da sensação de amplitude que lhe conferia, aliada a vista sobre o Rio Tejo, que nos transmitiu uma sensação de liberdade, uma espécie de convite a sonhar.
A proposta resultou da conjugação desta perceção na visita ao apartamento e da transposição para o espaço físico da ideia transmitida pelo Augusto Cabrita. Deste modo procurou-se reorganizar as funções dos espaços, transpondo as zonas de estar para a zona com vista sobre o rio e as zonas de dormir para a zona com melhor exposição solar. Esta transposição permitiu agregar as funções mais privativas libertando o resto dos espaços para as atividades sociais, agregando as zonas de circulação à sala. Esta opção possibilitou criar uma sala com maior área e amplitude.
Devido ao espaço reduzido do objeto arquitetónico a tipologia foi desenvolvida de forma a criar uma sucessão de espaços utilizando a luz natural, enquanto elemento unificador dos espaços interiores da habitação. Os diversos enfiamentos visuais acompanham a pessoa ao longo dos espaços arquitetônicos, sendo estes percebidos como um somatório unificado.
Todas as ações desde a escolha dos materiais, a forma de a aproveitar a luz natural, o mobiliário e porta procuram ser simples, mas ao mesmo tempo conferir carisma à proposta. Esse carisma é acentuado com a criação de uma porta giratória que foi interpretada como um portal, “the Gate”, para a zona dos sonhos. A sua forma e materialidade permite que a luz passe durante o dia e à noite assume-se como a “fonte de luz” da casa. Procurou-se, com o pavimento e os perfis de madeira, contar a história do passado do apartamento e em simultâneo dividir o espaço total em pequenas zonas.